Escola São Luís

Escola de Ensino Fundamental São Luís
Presente nos principais capítulos de nossa história educacional, a atual Escola Municipal São Luís teve sua origem a partir da fundação da Sociedade Educadora de Pacoti, aos 29 de julho de 1951, cujas finalidades eram: fundação, instalação e manutenção de um estabelecimento de instrução primária para jovens do sexo masculino, denominado “Instituto São Luiz de Pacoti”, o qual posteriormente se transformaria em Ginásio, para auxiliar a educação dos jovens filhos de famílias menos favorecidas.
A 1ª Diretoria efetiva foi eleita por aclamação na sessão de fundação da Sociedade, ficando assim constituída: Dr. Luiz Cícero Sampaio, presidente – Mozart Pinheiro Lucena, 1º vice-presidente – Padre Bernardo Campos, 2º vice-presidente – Walkírio Hipólito Silveira, 1º secretário – Raimundo Lobato Sampaio, 2º secretário – Alarico Ribeiro Guimarães, 1º tesoureiro – Dr. José Firmo de Souza Holanda, 2º tesoureiro. Conselho Fiscal: Jacinto Medina Filho, presidente – Belini Cruz Gondim, vogal – José Ismart Gomes de Lima, vogal. Outros sócios fundadores: Pe. Kiliano Mitnacht. Dr. Luiz Teixeira de Alcântara, Jacinto Medina, Paulo Bastos Silveira, Lavoisier Ribeiro Guimarães e José Cleóbulo Gomes de Moura.
A escolha do nome do educandário reafirmava o grande objetivo da Sociedade de reabrir as portas do “Instituto São Luiz”, cujo primeiro diretor foi o Padre Bernardo Campos. O internato ocorria no prédio sito à atual Rua Irmã Olga Ferraz que fora o mesmo espaço utilizado pelo “antigo São Luiz”, e as aulas também aconteciam em salas do Grupo Escolar Menezes Pimentel. De 1951 até 1954 o Instituto funcionou apenas com o curso primário e somente mais tarde em data de 31 de março de 1955 transformou-se em ginásio, iniciando com a 1ª. Série ginasial, cujos educandos em 1958 concluíram o curso de humanistas sob a denominação de “A Turma de Ouro”. Nessa época já contava com sede própria, na Rua Pe. Quiliano, atual endereço no terreno já pertencente à Sociedade.
A Sociedade Educadora apontava em seu estatuto sobre o destino do Instituto, que instalado em sede própria e transformado em Ginásio, passaria seu patrimônio e encargos para a responsabilidade pública municipal, dissolvendo-se em seguida. Porém, o Instituto passaria a ser dirigido pela CNEG (Campanha Nacional de Educandários Gratuitos) depois chamada CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade) a partir de 1964. Desde aquele ano a entidade acima mencionada passou a ser responsável pela manutenção do Ginásio São Luís que tinha como Diretor o Pe. Egídio Ragassi e 1º Presidente do Setor José do Egito Macambira, que em união com outras autoridades da cidade passaram o patrimônio da Sociedade para a Campanha. Com a implantação da Lei 5.692 o Ginásio São Luís, já pertencente à CNEG, passou a denominar-se Centro Educacional São Luís.
A Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC é pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de associação civil sem fins lucrativos, reconhecida de Utilidade Pública Federal pelo Decreto 36.505/54 e registrada junto ao Conselho Nacional de Assistência Social desde 1.951, como Entidade Beneficente de Assistência Social. Fundada em 1943, na cidade de Recife/PE, como Campanha do Ginasiano Pobre, a CNEC nasceu do ideal de um grupo de estudantes universitários que, liderados pelo Professor Felipe Tiago Gomes, resolveu contrariar a situação instalada - a escola como privilégio de poucos - oferecendo ensino gratuito a jovens carentes.
O trabalho voluntário de seus idealizadores se propagou pelo Brasil, comemorando adesões e compromissos que fizeram da Campanha do Ginasiano Pobre - que inicialmente abrigava pedidos de ajuda e orientações para a criação de unidades escolares - a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - reconhecida como o mais expressivo movimento de educação comunitária existente na América Latina. Disso medimos interesses comuns entre a Campanha e a própria Sociedade existente em Pacoti.
Foram também diretores do Centro Educacional São Luís, por ordem cronológica: Dr. Edmilson G. Almeida, Dr. Adalberto Barros Leal, Prof. Francisco Batista Marques (Franciné), Prof. José Eronildes da Silveira, Padre Lúcio da Fonseca, Prof. Celeste Ramos Gomes, Dr. Divaldo, Prof. Clara Ely de Queiroz, Prof. Ziza Vieira Penaforte, Auricélia da Silva, José Ozenir Jacaúna.

Em 2002 o Centro Educacional foi municipalizado e tornou-se Escola de Ensino Fundamental São Luís. O prédio passou posteriormente por uma grande reforma estrutural que ampliou o número de salas e criou ambientes de aprendizagem. Além da Escola São Luís, têm-se na sede a EEFM Enéas Hortêncio e na zona rural escolas municipais de ensino fundamental denominadas: Fernando Moreira Sales (Santana), São Sebastião (Boa Hora), Santo Antônio (Rolador), Rosa Maia Rebouças (Volta do Rio), Maria Vidal Marques (Bonfim) e Francisco Alves Barbosa (Oiticica).
Algumas dessas escolas rurais surgiram dos espaços onde funcionavam pequenos grupos escolares construídos com o apoio do Pe. Quiliano em parceria com os moradores entre as décadas de 1960 e 1970, geralmente próximos das capelas. Atualmente, algumas localidades mantêm creches nesses prédios ou estão sem uso. A doação desses terrenos e outros benefícios dos sítios tornados povoados só foram possíveis, graças ao espírito comunitário e desprendido de seus proprietários, verdadeiros líderes que não podem ser esquecidos da memória coletiva das comunidades. São exemplos: o Sr. Manoel Marques, do Bonfim; Wilson Jucá, de Areias; Francisco Sampaio Barbosa, o Seu “Babu”, de Oiticica; dentre outros que merecem ter suas histórias registradas e contadas às novas gerações como exemplos de inspiração na sociedade individualista em que vivemos.
Fonte: Texto adaptado do Livro “Pacoti, História & Memória”, de Levi Jucá (Editora Premius, 2014)
Projeto Jovem Explorador e o Ecomuseu
Trilha da Memória – Pacoti – CE