Escola Menezes Pimentel

Escola Estadual de Ensino Médio Menezes Pimentel
Francisco de Menezes Pimentel foi nomeado Interventor Estadual em 1935. Cargo equivalente ao de governador durante o governo de Getúlio Vargas e a ditadura do “Estado Novo” (1937-1947). Nessa condição, o Dr. Pimentel, como era chamado, recordou a importância de Pacoti no começo de sua carreira profissional, e até de Guaramiranga, onde conheceu a esposa Brígida Holanda, sobrinha de D. Libânea Holanda, proprietária do célebre sítio Uruguaiana que o casal herdou da mesma.
Em 1936 o prefeito Alarico Ribeiro Guimarães comprou um terreno situado à Rua Duarte Holanda, pertencente ao Sr. Fernandes no valor de cinco contos de réis. O prefeito fez doação do terreno ao Estado, de conformidade com o Artigo 1º da Lei Municipal N.° 04 de 16 de outubro de 1936 com a condição de ser no mesmo edificado o prédio para o Grupo Escolar de Pacoti.
A primeira escola pública (prédio) de Pacoti: Grupo Escolar Menezes Pimentel - GMP. Com o mesmo nome do interventor que havia repassado o recurso para a sua construção e para a do grupo escolar de Guaramiranga que era distrito de Pacoti naquele momento. A escolha das duas localidades beneficiadas por Menezes Pimentel tinha uma razão de ser, uma vez que ali, na Serra de Baturité, iniciara sua trajetória profissional, como educador. A inauguração aconteceu no dia 25 de maio de 1938.
Nos idos de 2009 tive a grata oportunidade de conhecer, em Fortaleza, dona Margarida Maria de Castro, 94 anos, natural de Acarape, a primeira diretora nomeada do Grupo Escolar em 1939, pois antes disso o cargo estava vago desde a extinção das Escolas Reunidas. Ao longo de uma agradável manhã pude ouvir suas histórias, inclusive sobre a origem da escola...
Nesta mesma época, Margarida Castro era professora e residia em Fortaleza, com seus pais e irmãos que, por “coincidência” eram vizinhos do Dr. Menezes Pimentel. A essa altura a fama de boa professora de Margarida chegou ao conhecimento de Menezes. Ele mandou chamá-la em seu escritório particular, convidando-a para ser diretora da escola que em breve seria inaugurada em Pacoti. Ela, surpresa, de início recusou o convite alegando sua pouca experiência e idade, 20 anos. “Parecia que eu era alguém importante, foi muito simpático e confiou bastante em mim”, confidenciou dona Margarida durante nossa entrevista. Ela só não sabia que ele também fora diretor na mesma idade, e retribuiu o mesmo voto de confiança que um dia recebera do Padre Tabosa.
“Quando cheguei a Pacoti, em 1939, a escola estava linda, cheirando à nova! Foi um tempo muito bom...”. Com uma planta padrão dos anos de 1930, com quatro salas de aula, uma cozinha e quatro banheiros, sua fachada possui curvas de características do movimento art déco e planta com pátio central, que nas primeiras décadas servia de campo esportivo para a cidade.
Em 1944, o governo estadual inaugurou o Grupo Escolar de Santa Quitéria, terra natal de Pimentel, que substituiu o nome da escola que seria o seu (como em Pacoti) para o de sua primeira professora, a quiteriense Júlia Catunda. Menezes Pimentel, então Senador da República, faleceu no Rio de Janeiro em 19 de maio de 1973. No GMP era oferecido o curso primário em dois turnos com seis professoras. No turno matutino, Eloá Soares e Olga Bastos Silveira. No turno vespertino, Djanira Holanda, Aurila Holanda, Maria José Bastos Silveira (Ir. Elizabete) e Maria do Carmo Soares. No mesmo Decreto o governo nomeou Margarida Maria de Castro como segunda Diretora a qual assumiu a função em 26 de julho de 1939 até 30 de setembro de 1943. A escola teve como primeira auxiliar de serviços gerais, cuja função na época, era chamada de servente, Maria Madalena Feitosa.
Em 21 de outubro de 1945 a diretora era a professora Valdeliz Alencar Arrais que permaneceu no cargo até 31 de dezembro do mesmo ano. A partir deste período até 31 de julho de 1950 a escola teve várias diretoras substitutas: Zilma Gomes de Moura (01.02.46), Maria de Lourdes Maciel (06.03.46), Joana D'Arc Medina (29.03.46), Maria Aldantiza Araújo (08.02.47) e Maria Nilce Gomes de Moura (11.03.48).
Mais uma vez, a partir de 01 de agosto de 1950, a professora Maria do Carmo Soares assumiu a direção. Em seguida, as diretoras foram: Terezinha Gomes Tavares (12.03.1956-30.06.1956); Maria Eunice Gomes Tavares (1956-1960); Maria Rossicler Lopes Bezerra (01.02.1960-04.03.1963); Maria Lucy Maciel Medina (1963-03.09.1964) e novamente Maria Nilce Gomes de Moura que permaneceu na função até 17 de dezembro de 1992 quando se afastou para aposentadoria. Dona Nilce foi quem mais tempo exerceu o cargo de diretora totalizando cerca de trinta anos dedicados ao grupo escolar. Durante sua gestão foram realizados diversos melhoramentos, como a ampliação do número de salas, criação do jardim da infância e cimentado o pátio.
Em 1975, ocupando uma área de 2.000 metros quadrados com 1.682 metros quadrados de área construída, o Grupo Escolar Menezes Pimentel passou a Escola de 1º Grau Menezes Pimentel, através do Decreto Lei n° 11.493 de 10 de outubro de 1975, publicado no DOE de 30 de outubro de 1975, ficando o estabelecimento pertencente aos órgãos competentes da SEDUC - Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará, através da 1º DERE - Delegacia Regional de Ensino, funcionando gradativamente com o 1º grau, nos turnos matutino e vespertino.
De 1975 a 1977 a escola era só “autorizada”, mas em 1978 passou a ser reconhecida pelo Conselho Estadual de Educação, conforme Perecer n° 976/78 de 19 de dezembro de 1978, publicado no D.° de 24 de janeiro de 1979. Em 1978 saiu a primeira turma com dezesseis alunos concluintes da 8o série, a qual teve como Patrono - Cel. Adauto Bezerra; Paraninfo - Dr. Divaldo Aderaldo de Oliveira, Juiz da Comarca, nome da turma - Francisco Menezes Pimentel. Juntamente com essa turma de 8ª série também, 26 alunos do programa de Educação Básica, primeira turma, cuja professora era Francisca Aureny Uchôa receberam certificado. A solenidade foi realizada na quadra da escola e a festa dançante foi realizada no Pacoti - Clube.
Aos 18 de dezembro de 1992 assumiu a função Margarida Maria Luz Sousa tendo como vice-diretora, a professora Maria Rosimar Brito Arruda. A primeira Vice-Diretora havia sido a professora Maria Arisa Holanda que assumiu a função em 15 de março de 1968 e a segunda foi a professora Dagmar Maia Pimenta.
A partir de 1993 a escola tomou novo rumo, várias reformas e implantações aconteceram. Foi implantado o Sistema de Telensino funcionando três turmas de 5o série, que tiveram como Orientadoras de Aprendizagem, as professoras Vera Luz, Gláucia Magalhães e Luísa de Marillac do Nascimento Alves que permaneceu até junho e a partir de agosto entrou a professora Maria das Dores da Silva Coelho (Dohê). As demais séries funcionavam pelo ensino convencional.
Em 1994, por exigência da Secretaria da Educação Básica do Estado, todas as turmas de 5ª a 8ª série dos turnos diurnos funcionavam pelo Sistema de Telensino ficando apenas noturno e as séries iniciais pelo ensino convencional. Em 1998, foi implantado o Ensino Médio e realizada a obra de cobertura da quadra e no ano seguinte concluiu-se o trabalho com o piso industrial e alambrado.

Através do Decreto n° 26.016 publicado no DOE de 29 de setembro de 2000 a Escola de 1º Grau Menezes Pimentel recebeu a nomenclatura de ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MENEZES PIMENTEL.
A partir de janeiro de 2005, assume a Direção da Escola a professora Eliane Leite Araújo da Silva. Em 2009, vence a eleição para diretor o professor Afonso Jampierry Silveira de Almeida, juntamente ao núcleo gestor composto por coordenadora pedagógica, Maria Arruda Martins (Naíres) e secretária, Antônia Sonia Ferreira Silva. Em 2013, há quatro anos sem ofertar turmas do ensino fundamental, a nomenclatura muda oficialmente para ESCOLA DE ENSINO MÉDIO MENEZES PIMENTEL.
HINO DA ESCOLA MENEZES PIMENTEL
LETRA: Ir. BERENICE DE CARVALHO (Ir. Maria Tereza)
Juventude terás bom futuro
Cultivando o amor e o saber
São estes meios seguros
De na vida lutar e vencer.
Eia avante, colegas, marchemos
Á procura de um nobre ideal
E unidos, felizes, cantemos
Nosso Hino de amor triunfal.
Para engrandecer nossa Terra
Estudemos com muito fervor
Pois em nosso peito de encerra
A semente da glória e do amor.
Honraremos com fé a mansão
Que pra nós é brilhante fanal
O ensino médio faremos
E também o fundamental.
Fonte: Texto adaptado do Livro “Pacoti, História & Memória”, de Levi Jucá (Editora Premius, 2014)
Projeto Jovem Explorador e o Ecomuseu
Trilha da Memória – Pacoti – CE