Relacionando essa questão planetária ao local, o território da Microrregião do Maciço de Baturité traduz-se como “ilha verde”, possuindo altitudes acima da média se comparada a outras regiões do Ceará. Com clima ameno em pleno sertão, abriga uma singular e rica biodiversidade, marcada pelo encontro entre mata atlântica e caatinga. Nela se encontra a primeira Área de Proteção Ambiental criada no Estado do Ceará, a “APA da Serra de Baturité”, por força do Decreto Estadual n.º 20.956 de 18 de setembro de 1990.

A importância do Maciço de Baturité para a meliponicultura se justifica por sua tradição histórica de manejo de abelhas nativas, que ainda é preservada por antigos e jovens meliponicultores em diversas localidades urbanas e rurais. Desde muito tempo as nossas comunidades tradicionais já utilizavam os produtos oriundos das abelhas - em rituais religiosos, com fins medicinais, alimento, artefatos etc. Daí também serem chamadas de “abelhas indígenas”. Existem na região do Maciço de Baturité, cerca de 50 espécies de abelhas nativas sociais, semi sociais e solitárias.

A meliponicultura é uma atividade em expansão no Brasil e não se mostra apenas como um novo e promissor negócio, mas um meio eficaz para o aumento do número de polinizadores nativos. A criação de abelhas nativas estimula, também, os agricultores a preservarem áreas de mata nativa, já que é baseada nessa vegetação que haverá um ótimo desenvolvimento das colônias. Se por um lado, os serviços ecossistêmicos prestados pelas abelhas beneficiam a produção de alimentos no que tange a qualidade e o aumento da produtividade, por outro lado, contribui em grande medida para o equilíbrio ambiental.

Objetivos

Promover a meliponicultura na Microrregião do Maciço de Baturité e Estado do Ceará, como tecnologia de desenvolvimento ambiental, social e econômico, através da capacitação e do intercâmbio de meliponicultores, cientistas e a comunidade em geral;

Difundir conhecimento e as discussões atuais sobre a meliponicultura através de palestras, mesa redonda e oficinas ministradas por pesquisadores de atuação local, nacional e internacional;

Fortalecer o equilíbrio ecológico, aliando a preservação das espécies de polinizadores, ao desenvolvimento econômico sustentável.